Reinventar-se não é algo tão difícil quanto parece, mas também não é algo fácil quanto alguns tentam demonstrar. Mas o que é essa tal de reinvenção pessoal? Isso que as pessoas nos pedem? O mercado diz ser necessário e parece que todos que nos cercam, dizem o tempo todo, que precisamos fazer para sobreviver? Segundo Yuval Noah Harari, autor do best seller Sapiens, “a arte da reinvenção será a habilidade mais importante desse século”. Se ele estiver certo, penso que a reinvenção não só é necessária, como é uma questão de sobrevivência. Estamos habituados a pensar na reinvenção como algo que extremamente difícil e desafiador, que exige energia, força, coragem, determinação além de novas competências. Mas se ousarmos pensar de outra forma? Como algo que nascemos para ser e fazer, que somos naturalmente reinventáveis.
Vamos pensar na mutação da borboleta que começa com o ovo, a larva, a pupa e o estágio adulto. Cada processo tem a sua beleza, necessidade, tempo, benefícios, enfim, é anima, é vida. Chega um momento que ganha asas, novos horizontes, experimenta novas possibilidades e arrisca voar por lugares até então impossíveis. Se olharmos dessa forma, a nossa reinvenção é apenas algo natural em cada um de nós. Somos seres mutantes, desde que nascemos nós mudamos, crescemos, aprendemos, ensinamos, aperfeiçoamos, desenvolvemos, lutamos, nos transformamos. A mutação faz parte da nossa essência, mas em algum momento das nossas histórias passamos a acreditar que mudar causa dor, medo, pânico, fere, perdas, fracasso, mas isso não é uma verdade absoluta. Ficar no ambiente do medo, na zona de conforto, nos coloca na conformidade, e pode limitar nosso desenvolvimento, e impedir que experimentemos novas possibilidades e realidades.
Podemos encarar nossa transformação como crescimento, aperfeiçoamento daquilo que somos em algo que não experimentamos, mas é ainda melhor do que já fomos, é uma nova versão de nós mesmos. Meu convite é para sua reinvenção a partir daquilo que você é. Não fazer mais do mesmo, apenas juntar todas as suas competências, habilidades, conhecimento, e fazer perguntas:
- Onde posso agregar valor com aquilo que sou?
- Como posso melhorar ambientes a partir da soma das minhas competências e habilidades e conhecimento?
- Quais os desafios que ganham espaço no meu coração?
- O que quero e tenho condições de fazer bem feito e ensinar?
Reinvenção não passa por viver por num mundo cheio de coragem ou fantasia, de negação dos meus medos reais ou imaginários. É algo que acontece apesar dos nossos medos. Medo do que está por vir, continuar caminhando mesmo sem ter a certeza, mas sabendo quem sou e o que tenho a oferecer as pessoas, organização, mundo. Caminhando em frente, em respeito a quem sou, às pessoas que confiam em mim, a organização que espera que posso fazer melhor e maior.
Reinvenção é um processo natural de todo e qualquer ser humano. Reinvenção é o que o mundo e o presente século nos convocam. Como podemos responder a essa convocação? Penso que podemos e devemos ousar experimentar o novo, construir novos ambientes, estabelecer novos valores, aceitar as diferenças e os diferentes, gerar inovação, iniciar novas comunidades, por um mundo mais justo e melhor. Ouse começar a reinvenção em você, sabendo que será apenas o começo, pois virão outros tocados pelo seu exemplo de Mutação. Ouse começar uma comunidade de pessoas que se reinventam naturalmente, pois nascemos com essa essência, nos reinventar quando necessário.