Bom dia Pessoal,
O mau humor dos mercados continuou ontem, com notícias de aumento de casos do COVID-19 na Europa, com o temor de uma 2ª onda de contaminação. O Ibovespa terminou o pregão em queda de 1,32%, com 96.991 pontos e o S&P 500 fechou em queda de 1,16%.
As Bolsas Europeias operam em alta agora pela manhã, após a forte queda de ontem. O Futuro do S&P sobe 0,11% e no Brasil, precisamos esperar o premarket às 9 horas da manhã.
Hoje a agenda econômica é recheada de fatos que podem alterar o mercado de capitais. Teremos a fala do presidente do FED, Jerome Powell. A expectativa do mercado é que continue a fala “Dovish” do FOMC, ou seja, mostrando uma visão expansionista da política monetária norte americana. Com isso, a expectativa é que o dólar continue a perder força frente as moedas estrangeiras.
Aqui no Brasil, teremos a fala do Presidente Bolsonaro na ONU.
Agora pela manhã, tivemos a divulgação da ata do COPOM, onde foi sinalizado que se existir um novo corte na taxa de juros, este será bem pequeno. E a taxa básica de juros mais baixa é hoje discussão entre os especialistas em mercados financeiros, devido ao efeito que temos vivenciado nas últimas semanas: as LFTs estão sendo negociadas com deságio.
Uma LFT, negociada no tesouro direto com o nome de “Tesouro Selic”, é um título público pós fixados que não tem risco de mercado, e que em tese não deveria ter rentabilidades negativas. Entretanto, com a preocupação do mercado com a questão fiscal, e com as oscilações no mercado de juros futuro, as LFT são negociadas com deságio, gerando rentabilidade diária negativa, devido a marcação a mercado. Isto impacta os investimentos mais conservadores, que são os fundos DI.
O Boletim Focus, divulgado pelo BC, prevê a SELIC no final de 2021 de 2,5%, entretanto o FRA – Taxa de Juros calculado entre o vencimento de dois contratos futuros de juros – indica uma taxa atual de 4,25% (base entre outubro 2021 e janeiro de 2022).
Nesse “novo normal”, vivemos uma grande volatilidade no mercado, que transpassa o mercado de ações, e agora chega a afetar até mesmo os títulos mais conservadores.
Economista, Professor e Consultor de Investimentos CVM Mestre em Economia pelo IBMEC e Doutorando em Planejamento Regional pela UCAM-Campos dos Goytacazes.