Em 2016, os humoristas do canal Porta dos Fundos publicaram no YouTube um vídeo intitulado "Jornalista".
Trata-se de uma sátira da profissão. Sátira essa que nos permite não somente rir, mas também refletir a respeito dos rumos que o jornalismo tem tomado na contemporaneidade.
Convido-os a assistir ao tal vídeo:
Apesar de já terem se passado quatro anos desde a publicação, só me deparei com esse vídeo agora e, confesso, ao mesmo tempo em que sorri, também fui arrebatada por questionamentos:
Será mesmo que o jornalismo, sério, ético, compromissado, perdeu seu espaço?
É verdade que as pessoas (leitores, expectadores) não mais se interessam por reportagens bem apuradas e que tratam de assuntos de fato pertinentes?
Em meio a tanta desinformação, qual o futuro dessa profissão?
Bom, a conclusão a que cheguei é de que uma falácia pensar que "o jornalismo morreu".
Sempre houve o bom e o mau jornalismo.
"Imprensa marrom", por exemplo, é uma expressão pejorativa criada bem antes do advento da Internet e das mídias sociais digitais.
Há, sim, quem se interesse por futilidades, como mostra o vídeo acima. Há, sim, m "fundo de verdade" nessa sátira.
Mas isso não anula o empenho e o compromisso ético de muitos.
Veja, por exemplo, o que vivemos agora: uma pandemia assola o mundo e somos nós, jornalistas, quem nos dedicamos a pesquisar e ouvir especialistas a fim de que a população tenha acesso à informação verídica.
O serviço que prestamos é essencial.
Ouso dizer que há muito tempo nossa categoria não recebia tamanho destaque.
Aliás, em 2016, os humoristas desse canal não poderiam prever o que experienciaríamos hoje, 4 anos depois.
A reflexão que faço a partir desse vídeo e da conjuntura em que vivemos é que, ainda que haja casos de mau exercício da profissão, nossa função é nobre!
Que estejamos, todos, dispostos a enfrentar os desafios que nos encaram, sempre cientes do nosso valor.
[FOTO] (iStock/iStock)
Jornalista e professora na Ucam EAD. Mestranda em Cognição e Linguagem (UENF), especialista em Literatura, Memória Cultural e Sociedade (IFF), bacharel em Comunicação Social e licenciada em Letras (Língua Portuguesa e Literaturas).